Giro KPT – Maio de 2023

O Giro KPT é a coluna “quinzenal” (teoricamente) do K-Pop Top que é publicada em nossa conta do twitter. Em algum momento do mês seguinte, nós juntamos aqui todos os lançamentos de um único mês, começando pelo compilado de Abril.

Chegou um pouquinho atrasado, mas o compilado de Maio está entre nós! Bora lá ver o que a equipe gostou nos lançamentos de Maio? Partiu!

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O tom do k-pop em 2022

Um novo ano começou e com ele o K-Pop Top Podcast também inicia sua 3ª temporada. Tirando o verdadeiro milagre que isso é, queremos separar um momentinho para contar aqui no blog qual achamos que será o tom do k-pop em 2022.

MAX, STAYC, Kim Yohan

Nós fizemos algo semelhante em áudio lá no começo da 2ª temporada – confere aí embaixo – mas como não publicamos episódios sobre os lançamentos do início do ano ainda, achamos que seria uma boa ideia mostrar o panorama da música coreana e, diante disso, quais são os conceitos que achamos que serão recorrentes ao longo do ano.

Relembrando:

Na 2T, nossa aposta foi nos conceitos dark (ou sombrios), color pop, fedo e sexo. Quantos lançamentos de 2021 vocês conseguem encaixar nesses temas?

Pegando os lançamentos de janeiro e fevereiro (até agora), nós conseguimos separar alguns conceitos mais recorrentes – na maior parte das vezes considerando o lançamento como um todo ao invés de só a título – e ao final do post também tem alguns destaques particulares da equipe, tudo saído das vozes da nossa cabeça, mas acreditem: tem embasamento.

Bora saber o que a gente tá projetando ver no k-pop em 2022?

Avril Lavigne em 2004

Começando com um conceito que passou a ser predominante da metade pro final de 2021, o k-pop rock tem sido tão bem executado que fez a gente tirar o delineador e o cinto com tachinhas do armário. Não é surpresa, né? De 20 em 20 anos, mais ou menos, o público e os artistas descobrem que o que foi feito 20 anos atrás foi legal pacas. A vez dos emos ia chegar em algum momento.

Alguns artistas que já fizeram ótimas músicas de pop rock ano passado foram TOMORROW X TOGETHER, Pentagon (incluindo sua subunit de maknaes), AB6IX, Seventeen e Gaho, mas já em janeiro queremos falar mais sobre…

ENHYPEN

Existe algo de punk no grupo da HYBE, submetido ao esquema de pirâmide que são as fanfics NFT vinculadas ao tema exibido nos créditos finais dos seus últimos lançamentos, metendo uma cena de processadores explodindo no meio do MV, vocês não acham? Os dois álbuns do ENHYPEN que compõem essa era têm bastante base no rock (como inclusive comentamos no episódio 31) e solidificam uma carreira que ainda não errou: a cada lançamento, a gente não encontra uma faixa fraca, o que faz deles os donos da discografia mais impecável da Big Hit (e não, a gente não conta as subsidiárias adquiridas como “Big Hit”).

Se o movimento emo está mesmo circulando de volta (como claramente está), essa “revolta adolescente” retratada pelos meninos do ENHYPEN é reflexo direto do que tocava nos nossos aparelhos mp3 e ringtones em meados dos anos 2000, ou seja, exatamente o que a gente espera ver desse tipo de rock ‘n roll.

RAVI

Uma coisa a gente tem que admitir: enquanto nossos outros selecionados dessa categoria ficam passeando por um território meio difuso de rock dos anos 2000, chupando inspirações de várias fontes diferentes, o RAVI foi lá e criou um disco todo que é uma ode à sonoridade específica das bandinhas emo populares influenciadas pelo hip hop, como o Simple Plan e o Good Charlotte.

Está tudo aqui: o filtro de voz específico que faz o RAVI parecer ainda mais fanho (é um elogio, gente, acho um charme!), o riff de guitarra simplão que nunca sai dos tons mais graves, a melodia circular e repetitiva para grudar na cabeça, as durações curtinhas emprestadas do punk (e não do pop americano contemporâneo, que corta as canções de forma e por motivos diferentes). Pra quem realmente curtia esse tipo de música, o Love & Fight e sua title, “Winner”, são o momento.

Menção honrosa para…

TOP MTV anos 2010

Quem viveu a era levemente de volta à música da MTV na TV aberta lembra do Top 10 MTV, que mandava as mais escolhidas pela galera e sempre era uma salada de frutas de qualidade. De músicas mais experimentais para a época aos EDMs às vezes duvidosos (mas que ficavam na cabeça), de rock a inspiração latina, tinha de tudo e mais um pouco e talvez tudo pareça com o que temos hoje em dia… por um motivo, hehe.

Esse conceito é aquela música que voce escuta e pensa: “meu deus, eu ouviria isso aqui indo pra escola” (ou similares). E, se você acha alguma música a cara de trilha de Malhação ou da compilação Summer Electrohits, é porque a nostalgia da década de 2010 já está entre nós (como discorremos sobre algumas vezes em episódios esporádicos do podcast).

Apink

Meio b-side obscura da Rihanna, meio definitivamente algo que estaria na discografia do Destiny’s Child, o último álbum do Apink e sua título “Dilemma” te fazem ficar o tempo todo oscilando entre “isso slapeia”, “meu Deus, qual é a referência?!?” e “hm….. that’s gay” e, sabe, tudo bem. Essa é a essência do pop que permeava o Top MTV em 2010 e meio que a marca do pop desde sempre, então quem somos nós para julgar, não é mesmo?

STAYC

Com uma faixa título que deixaria Charli XCX orgulhosa, o comeback mais recente do STAYC foi um dos mais sólidos da carreira das meninas. Pode ser que não vire um viral massivo como foi “ASAP”, mas parece que nem foi essa a intenção. Todo o álbum é impecável, estruturado para mostrar bem a cor das meninas, que cada vez mais têm seu próprio estilo, e tá sendo uma delícia ver que elas estão trazendo o melhor dos dois mundos: uma sonoridade que a gente conhece e ama unida a algo refrescante que a nova geração sempre tem a oferecer. Além do mais, se esse instrumental não te joga de volta para viagens de ônibus pela cidade no fim da tarde, eu não sei o que mais jogaria.

Menção honrosa para…

A obra de arte sou eu

Às vezes (e um dia a nossa equipe vai ter paciência para elaborar isso de maneira coerente e argumentativa) não é necessário que uma música seja exatamente BOA para você apreciar o que tá acontecendo ali. Às vezes ela precisa só ser bela de VER. Tem sido assim desde os primórdios da humanidade e com basicamente qualquer coisa (ou você nunca comprou um livro só porque a capa era bonita?), então porque seria diferente com a música?

É claro que sempre é melhor ainda quando um vídeo é lindo e a música é ótima, e é uma pena quando a música é boa mas o vídeo é de centavos, mas sempre é bom ter um video de estética linda pra chamar de nosso que marca nossos olhos e ouvidos para sempre (oi Dumhdurum! um beijo Dumhdurum!).

2022 já tá sendo um ano de estéticas maravilhosas e achamos que será mais ainda, mesmo com músicas que… talvez não sejam muito boas falando de maneira objetiva. A maioria delas é e, em geral, os clipes estão de milhões! No quesito imagem, coreografia, visuais, entre os nossos preferidos, queremos destacar…

PENTAGON

Que os meninos do Pentagon são lindos igual uma pintura não é novidade, mas a nova title do grupo, “Feelin’ Like”, levou isso às últimas consequências ao colocá-los cercados por esculturas de mármore e aço, em cima de pedestais, filmados em silhueta enquanto fazem poses de estátuas helênicas…

Enfim, é como eu disse lá no Twitter:

Até a brilhante coreografia de “Feelin’ Like”, idealizada pelo (também compositor) Kino, realça poses angulares e o corpo dos integrantes – a gente notou o passinho com a mão no rosto destacando todos os perfis para a câmera, viu, pessoal?

Kim Yohan

É sempre bom quando a empresa sabe o que o povo quer ver, né? Por isso que depois do debut solo fofíssimo do Yohan e de um último comeback trabalhado no conceito metido a besta adorável para o WEi, fomos surpreendidos nos primeiros dias do ano com um conceito caminhando na linha do dark e fofo que acaba sendo… sexy. Em nosso coração, todos os lançamentos dos meninos do X1 estão interligados, então se você acha que a gente já não tem teorias sobre como “Dessert” se junta à saga de lançamentos Kim Wooseok, Han Seungwoo e WOODZ, sinto informar que está achando errado.

Dan Hassler-Forest on Twitter: "https://t.co/dCllmtCG1d" / Twitter

Só nos resta então apreciar um Yohan que às vezes nem faz sentido, porque ele é um fofo!!!!! E um medroso!!!! Mas tão lindo!!!! Como pode que ele seja todo pitico e ao mesmo tempo seja ASSIM? Realmente grandes mistérios que a humanidade ainda não sabe responder.

Menção honrosa para…

Ela é perigosa!!!!!

O conceito dark não foi inventado em 2022, a gente sabe, mas é curioso como vários artistas diferentes resolveram apostar nele no começo desse ano, e todos sob um ponto de vista bem específico: não é que a gente esteja perdido em um mundo perigoso ou sombrio não, é que eu (leia-se: o eu lírico da música) sou endiabrado e vou comer teu c* e de toda a sua família!

É claro que aí é só até a página 2, porque esse pessoal passa os stages todos com aquela expressão mal-encarada só para virar e fazer um aegyo de milhões para a câmera no ending fairy, né? Dos novinhos aos “coroas”, todo k-pop boy em 2022 quis andar nessa linha – confere abaixo quem conseguiu.

DRIPPIN

A gente tá sempre falando por aqui sobre como o DRIPPIN merece muito mais, e “Villain” foi aposta certa para eles começarem a chegar lá (o MV já é o mais visto da carreira do grupo, de longe). Por aqui, os meninos trocam as roupas arejadas em tons pasteis por looks – bem bonitos, inclusive – de couro preto e cantam que são os vilões dessa história.

Não vamos mentir: para quem acompanha o grupo desde sempre, pode ser um ajuste de expectativas, e nem sempre os integrantes vendem essa ideia muito bem (o Alex tem 17 anos, deixa ele!), mas há algo de charmoso nos efeitos especiais duvidosos e na forma como o MV não resiste e transforma o DRIPPIN naquele tipo de vilão do Batman (oi, Gotham!) pelo qual é impossível não torcer.

MAX

Não é fantástico quando a música chama “Devil”, você dá play e a primeira coisa que percebe é a forte influência gospel na sonoridade dela inteira? Prima de primeiro grau do Hozier e melhor amiga do Queen, a primeira referência que eu pensei ao ouvir essa faixa do Changmin, na verdade foi… Empire. Sabe? A série da FOX? Porque ela com certeza é uma faixa que poderia ter sido cantada pelo Jamal num momento crucial ali nas primeiras três temporadas (que é até onde eu assisti, pra falar a verdade).

Completamente diferente de “Chocolate” e carro chefe de um comeback de milhões, parece que Changmin foi o que conseguiu se distanciar mais do tema Kwangya da SM mesmo que ainda esteja e talvez seja por isso que tudo ornou tão bem – usar o coral gospel e a cappella deu mais camadas de “algo de errado não está certo” para uma faixa que, pelo seu título, já denunciava que não vinha para ser boazinha mesmo.

Menções honrosas para…

Outros conceitos apostados pela equipe KPT

By

  • IT’S THE CLIIIIMB
    • Taeyeon
    • Epik High
  • I’m f-cking crazy, but I’m free
    • WJSN Chocome
    • ASTRO JinJin&Rocky
  • FALA PRA ELA, BFF!!
    • STAYC
    • ONEWE

Caio

  • Música indie anos 00-10s
    • Max Changmin
    • Eric Nam
  • Bota mais cor nisso aí p*rra!!
    • WJSN Chocome
    • Billlie
  • Fofura/fanservice
    • BTOB
    • AB6IX

Cambs

  • Dark and Classy (and maybe sensual)
    • Yuju
    • Max Changmin
  • Neon nae universe
    • Taeyeon
    • ONEWE
  • Monalisa e eu
    • UP10TION
    • VICTON

Sam

  • Inventaram o rock
    • Woozi
    • Enhypen
  • Não é ruim é ~experimental
    • NMIXX
    • NMIXX (sim)
  • Sexy sim, vulgar tomara
    • OnlyOneOf
    • Wonho

E aí, você acha que nossa previsão está certa? Algum desses lançamentos já é seu favorito? Conta pra gente nos comentários!

K-pop pra quem gosta de Rihanna

Nesta nova coluna do K-Pop Top, nossa equipe quer indicar aos amantes de música ocidental alguns bons exemplos de k-pop que possam lhes interessar, sempre baseando no seu gosto ocidental. Isso porque o plano é pegar lançamentos de k-pop (sejam nas chamadas “músicas título”, seja nos lados B de álbuns) que conversem com o tema – seja em letra, sonoramente ou pela sua vibe.

Para começar, a By – que adora mandar um “o elogio é que se parece com algo que a Rihanna lançaria” nos episódios do podcast – parou pra analisar a discografia da sua cantora favorita e compará-la ao melhor do k-pop que é a cara da princesa de Barbados (indo, mais ou menos, de álbum a álbum selecionar as faixas) e se você é fã da Rih-Rih, talvez seja a hora de conferir esta lista.

Bora?

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Music of the sun

Se você gosta de…

Pra começar no clima de verão, já que estamos em dezembro, eu trago a primeira música da Rihanna que eu ouvi: a apaixonante If it’s lovin’ that you want, ambientada na praia com seus jeans de cós baixíssimo e transição para uma noite de luau que eu quis participar durante toda minha adolescência. Pra quem não sabe, Rihanna e eu temos a mesma idade, então eu vivi a carreira dela quase toda entendendo muito bem sobre o que ela estava cantando. Aos 17, Rihanna era uma artista procurando um amor de verão, o que é um pouco mais inocente do que acontece em…

Vai gostar de…

Party, do Girls’ Generation, lançada uma década depois, mas ainda assim emula o mesmo sentimento de ir curtir a praia com as amigas e terminar o dia naquela mini-aglomeração deliciosa que só um fim de semana no litoral pode fornecer – especialmente se você não for de cidade praiana, como é o meu caso. Com transições parecidas, coreografia fácil e refrão chiclete mesmo sendo cheio, essas duas faixas deliciosas são pra você ficar feliz e colocar na sua playlist da viagem que vai fazer quando for seguro de novo.

Good girl gone bad

Se você gosta de…

Um dos marcos da carreira da Rihanna definitivamente foi o lançamento de Disturbia, uma faixa sobre a loucura da mente que te faz rebolar mesmo que a letra seja sobre algo obscuro. O conceito dark rola solto no k-pop também e tem estado bem presente em 2021, como nosso podcast previu que aconteceria, mas poucos foram tão eficientes e emularam a energia desta faixa da Rih como fez o…

Vai gostar de…

…Pink Fantasy em seu comeback recente, Gigi Gwegwe (lançada pouco depois do nosso episódio 31), cujo pézinho no rock deu lugar à uma faixa dançante de sonoridade com aquele efeito hipnótico de música boa que prende sua atenção. Tal qual Disturbia, Gigi Gwegwe (lê-se gui-gui gue-gue) soa boa desde o início, mas só melhora e ao final você tem certeza que vai precisar ouvir ainda muitas vezes antes de seguir com a vida.

Quando se pensa em música sensual pra dançar no meio da sala, uma das que está no topo da minha lista é Sell me candy. Lembro que quando ela foi lançada, me inspirou tanto que eu até escrevi fanfic em cima dela 🤭 Com uma letra sobre [quem sabe, sabe] e uma performance bem sugestiva, o k-pop perfeito para comparar é ela: Candy, do Baekhyun.

E nem é a única vez que ele vai aparecer nessa lista porque eu sou biased os dois artistas são lados da mesma moeda, vou provar. No caso daqui, além de serem duas músicas sobre doces (que não são doces de verdade), as duas são sedutoras e te fazem querer largar tudo para fazer o que está sendo cantado – tanto pela Rihanna quanto pelo Baekhyun (inclusive falamos dele no episódio 20). Um verdadeiro banquete pros bissexuais, honestamente.

Rihanna tinha 21 anos quando o “Good Girl Gone Bad” foi lançado, o álbum que alavancou sua carreira com a marcante Umbrella e a solidificou ainda mais com faixas como a lendária Shut up and drive, no qual ela interpretou uma mecânica sexy de carros de corrida, levando elementos de rock (que fez muito roqueirinho torcer o nariz, mas quem liga) pra uma música de barulho que marcou o final da década de 2000. Pop de qualidade questionável, mas gostável de um jeito que não dá pra negar, não se faz uma farofa assim no ocidente como nos entregaram na primeira década do milênio – então ainda bem que tem o k-pop pra cobrir esse buraco.

21 também era a idade dos membros mais velhos do Cravity em janeiro de 2021 quando eles mandaram seu 3° mini-álbum “HIDEOUT: BE OUR VOICE” com a duvidosa faixa título My turn que levou mais ou menos 2 minutos para fazer a nossa equipe dizer “bem, essa é a melhor música ruim que já ouvi na minha vida” (título que, depois, seria tomado por Tear drop, do SF9). como contamos no episódio 21. Cheia de referências a carro, bem barulhenta e, importante, chiclete, My turn evoca o mesmo sentimento de Shut up and drive mais pela vibe do que pela letra ou sonoridade, admito, mas mesmo assim é bom e pode ser que te surpreenda.

Rated R

Se você gosta de…

Tinha muita Opinião rolando solta em 2009, um ano chave na carreira da Rihanna por causa da ascensão que quase foi interrompida. Conhecida por lançar um álbum por ano (bons tempos), quando ela insistiu em colocar no mundo o “Rated R”, muito se especulou sobre o tipo de som que ela entregaria, então nada poderia ter sido melhor que Wait your turn, no qual ela declara que continua no topo de seu jogo, independente do que quer que tenha acontecido com ela.

Vai gostar de…

Quem mete essa na cara dura é o Zico, ex-líder do grupo Block B, ao se juntar com Crush e o Dean pra lançar Bermuda Triangle, uma chamada “diss track” que pode ser resumida com aquele meme icônico brasileiro de “e houve boatos de que eu estava na pior…” Com a mesma energia de Wait your turn de mandar um “é fofo que você ache que é melhor que eu, mas tenho notícias para te dar”, quem ama um hip hop fedido com melodias maravilhosas não vai querer pular essa faixa.

Já faz mais de uma década, mas quando ouço Fire Bomb, ainda fico arrepiada e prestes a chorar, porque ela tem aquele aspecto de correnteza de sentimentos. Ela vai pra frente e pra cima sem pisar no freio mesmo nos seus momentos de “calmaria” e você não tem escapatória além de ir junto.

LOVEDRUNK, do Epik High com o Crush, faz exatamente o mesmo. Ela soa menos agressiva que Fire Bomb, admito, mas transborda em sentimentos sobre esse relacionamento que tropeça na linha entre amor e abuso tal qual a música da Rihanna. E se você assistir ao vídeo de LOVEDRUNK, vai entender ainda mais o que quero dizer, porque a atuação de IU e Jin Seoyeon foi impecável e talvez até te faça chorar, caso você esteja num dia pra isso.

Em Fire Bomb – que, creio, é minha música favorita da carreira da Rihanna – ela canta “acredito que só resta para mim e para você sermos consumidos pelas chamas”. O título coreano de LOVEDRUNK é, conforme apontou um comentário no Youtube, 술이 달다 (romanizado: suri dalda) e pode ser traduzido como “o álcool está doce”. Sendo uma bebida amarga, se seu gosto é doce, isso quer dizer que a vida de quem bebe está mais amarga ainda. Conseguiu enxergar a dor e a beleza que as duas músicas têm?

Outra das minhas músicas preferidas da carreira da Rihanna é o dueto que ela fez com will.i.am cantando sobre as fotografias que restaram de um relacionamento ruim que ela ainda sente saudades – de certa forma, o eu lírico está preso nessas Photographs e na falsa felicidade que elas emulam, por mais que ele saiba que não era bem assim. É uma faixa upbeat que te engana por ser sobre coração partido e mesmo assim é maravilhosa e infelizmente caiu no esquecimento dos lados B sem vídeo promocional.

Eu cheguei no k-pop em 2018, quando instagram, do Dean, ainda tocava sem parar em todas as playlists possíveis e imagináveis. Como alguém que não sabe falar a língua, a primeira coisa que te atrai nesta faixa é a melodia dolorosa de millennial que é expressada pela voz suave de Dean, mas depois, olhando com calma o vídeo e a letra, você descobre que ela é sobre a falsidade da vida em quadradinhos de fotos no Instagram e o quão EXAUSTO a gente fica com isso. Escondido num tom acústico de guitarra elétrica está uma Crítica Social Foda™ que pode até não ser sobre um romance, mas também fala sobre a falsa felicidade retratada em fotos, mesmo que se saiba que a vida não é bem assim.

Pra completar a trinca das Maiores da Rihanna de acordo com as Vozes da Minha Cabeça, quero falar de Cold case love, uma faixa produzida pelo Justin Timberlake (algo que explica muita coisa, sonoramente falando) lá no finalzinho do “Rated R”. Nesta faixa, uma das mais cruas da carreira da Rih-Rih, ela canta sobre um amor de arquivo-morto que ainda a prende e sobre como ela quer se soltar dessas correntes, já que ela cumpriu sua pena. Dolorosa e com um final suspenso, recentemente foi lançada uma música no k-pop cujo sentimento de desespero é muito idêntico.

Então sim, esse é mais um episódio do KPT falando de Bad Love do Key. Como comentamos no episódio 32, o mini-álbum inteiro dele funciona maravilhosamente bem como um todo (que é o caso do “Rated R” também), mas é na faixa que dá nome ao álbum que Key resolve cantar com todas as letras sobre a libertação deste amor ruim, abusivo, que o vem consumindo. Embora haja um diálogo continuado nas faixas seguintes, fica no final dessa título um ar um pouco mais positivo do que foi em Cold case love, mas ainda assim suspenso, e você descobre porque ao ouvir as demais faixas. Honesto como Rihanna foi, direto do estômago como nem todo mundo consegue fazer direito, não tem como colocar as duas faixas juntas e não perceber suas semelhanças.

LOUD

Se você gosta de…

Em épocas melhores, Rihanna e Drake eram uma dupla de força, mas o ponto de virada da dupla provavelmente foi na chiclete What’s my name?, uma faixa sobre estar tão apaixonade que você até esquece quem é. Sabe qual faixa do k-pop tem a mesma vibe – tanto em letra quanto em sensualidade?

Vai gostar de…

Ela mesma, UN Village, do Baekhyun. Faixa título do seu álbum de estréia solo, muita gente (eu) ficou morrendo de vontade de ir para o bairro chique de Seul ver as estrelas com Baekhyun. A letra da música descreve um encontro romântico perfeito que sempre me faz pensar no que Drake disse quando rapeou sobre “as coisas que podem ser feitas em 20 minutos”.

CONTEÚDO SENSÍVEL: Agressão sexual

Piadas com Unfaithful à parte, o clipe de Man Down deu nova luz para a música de Rihanna quando ela se torna o destino final daquele que abusou dela. Eu lembro de ter assistido este clipe ao ser lançado, e por algum motivo a minha lembrança vem com aplausos ao final, quando a história se encaixa. É claro que o fim que foi consequência dos meios exibidos em Man Down são bem extremos…

…mas este aspecto de encarar seu abusador está refletido em Gunshot, do KARD quase que cena-a-cena – se você conseguir deixar sua imaginação ir longe assim – com a diferença que o inimigo da letra do KARD não tem corpo: trata-se das palavras que dizemos a nós mesmos e que são ditas para nós. Falamos disso em detalhe no túnel 14, que foi publicado recentemente e a lição que fica, tanto de Man Down quanto em Gunshot, é que nessa briga não existe vencedor.

Talk that talk

Se você gosta de…

Uma das melhores simbologias sexuais tem a ver com bolo. Colocar cobertura no bolo, comer a cobertura do bolo, cair de cara nesse bolo… Pode soar inofensivo para o ouvinte desavisado, mas olha… de inocente não tem nada. Em vários momentos, Rihanna cita o tal bolo ao longo da sua discografia, mas foi na faixa de transição Birthday Cake (que deixou os fãs IMPLORANDO por uma versão completa. Acredite em mim, eu estava lá) que ela abriu mão do pudor para deixar bem claro do que se tratava. Em geral, basta prestar um pouco de atenção na sonoridade de faixas que levam essa analogia, ou no comportamento dos artistas que a cantam, como é o caso do…

Vai gostar de…

…NCT U em Make a wish (Birthday Song), pra perceber o real significado dessas palavras. Pra falar a verdade, quando Make a wish foi anunciada, a gente pensou “hmm… com esse título só pode ser uma clássica Bomba do NCT™”, então qual não foi nossa surpresa quando, na verdade, eles estavam cantando sobre soprar uma vela daquele bolo de aniversário, sabe? Aquele. Tal qual Rihanna cantou e diversos outros artistas do lado de cá cantam sobre. Com um assovio viciante, fica difícil não gostar dela (como comentamos no minisódio 10), mas é só depois de dar uma olhadinha na letra que ouvir Make a wish se torna uma experiência diferente, mesmo que desse pra suspeitar depois daquela Cena do Lucas. Dá play, você vai saber qual – mesmo que nem saiba quem é Lucas. Pode botar fé.

Unapologetic

Se você gosta de…

Eu estava intrigada, porque precisava existir um motivo plausível para eu gostar tanto de Money, da Lisa, tão fácil. Não poderia ser apenas a Síndrome de Estocolmo dos vídeos de TikTok, eu não sou TÃO FÁCIL. E aí tocou Pour it up no meu spotify e entendi.

Vai gostar de…

Porque embora seja a versão clean, a faixa tem a mesmíssima energia de rebolar no chão coberto de dinheiro que a gente gostaria de imitar. Ambas as músicas são fedidíssimas, metidas a besta e trabalhadas no aspecto chiclete de ostentação que às vezes é inevitável gostar.

ANTI

Se você gosta de…

Se você, assim como eu, morre de amores pelo vocal cru da Rihanna, aposto que também não mede elogios para o “ANTI” inteiro (seu melhor álbum desde “Rated R”, eu disse o que eu disse). Visceral, se tem algum álbum no k-pop que combina com ele, definitivamente é o…

Vai gostar de…

“Bambi”, do Baekhyun (um dos vocalistas principais do EXO). Não à toa, tem duas músicas dele só neste bloco, porque seria o encontro perfeito. Principalmente aqui, porque se você conseguiu sentir na voz da Rihanna o sentimento que veio direto de seu âmago ao cantar Higher, com certeza vai sentir o mesmo vindo do Baekhyun em Cry For Love, que também é uma das melhores músicas de 2021.

Também dá pra usar de toda uma simbologia quando se equipara o “ANTI” ao “Bambi”, como o jeito que a Rih colocou em nossos colos o melhor álbum da sua carreira e então picou sua mula tem tudo a ver com como Baek deixou o auge da sua arte aqui, para os reles mortais, enquanto vai passar um tempinho no exército, mas…

…quando se ouve Love on the brain e a música título do Baekhyun, Bambi, em sequência, você entende melhor porque os álbuns andam juntos: ambos não são o último que vimos desses artistas. Ambos são, na verdade, orgasmo em forma de música. Então se você amou uma, com certeza vai amar a outra. Dá play pra eu provar rapidão aqui.

Música de sexo é uma coisa que a Rihanna sempre fez (Let me e That La, La, La do “Music of The Sun” estão aí e não me deixam mentir) e depois de um tempo a gente meio que ficou esperando que tipo de música de sexo ela lançaria, então quando ela liberou um clipe EXPLÍCITO para a sensual Kiss it better um bom tempo depois do álbum ter saído foi… Incrível. Cantada a uns 60% respiração e completamente sensual, com um instrumental limpo que deixa a voz da Rihanna se sobressair, eu diria que o equivalente a Kiss it better é nenhuma outra além de…

U R, faixa escrita pelo membro mais novo do Monsta X que está presente no álbum “Follow – Find You” (que, se você perguntar pra qualquer fã deles, é gatilho de trauma, mas isso não vem ao caso). Com bastante espaço pros vocais de Hyungwon e pro tom rasgado de Minhyuk, lembro perfeitamente do momento lá em 2019 quando cheguei nesta faixa e mandei uma mensagem pra Cambs: essa música é música de oral. E eu acho que ela concorda comigo, porque o surto não foi pouco. E também acho que se essa não é a mesma energia da música da Rih, não consigo imaginar qual seja.

Considerada uma das joias do álbum, Desperado faz jus ao nome ao ser uma faixa intensa e emocional mesmo em seus momentos mais sutis. Sua versão de palco conta com uma guitarra chorosa que deixa tudo ainda muito melhor nessa música que já é ótima – mesmo que ela soe como o tipo de música que não era pra você gostar, sabe o que quero dizer?

Honestamente, The 7th Sense do NCT U não tem o mesmo tipo de emoção de Desperado, mas neste caso, quis parear as duas músicas por causa da sonoridade e das escolhas de mixagem utilizadas nelas (e talvez teria sido melhor escolher uma versão de estúdio para colocar ali na Rihanna, mas é que eu gosto tanto de ao vivo que não resisti). Dá uma ouvida nelas lado a lado e me diz se estou viajando.

E por hoje é isso que eu tenho pra comparar, porque se deixar, fico o dia todo aqui ^^’ Inclusive, se você gostou desta lista, dessas comparações, conta pra gente, seja nos comentários aqui ou pelas nossas redes sociais, porque iríamos adorar saber sua opinião.

Tem alguma música da Rihanna que você seja muito fã mas não está na lista? Ou alguma que você achou o pareamento meio inusitado? Quais seriam os seus pares de Rihanna com k-pop? Conta aí, ok?

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